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quarta-feira, 11 de outubro de 2017

DIVÓRCIO NÃO, RE-CASAMENTO NUNCA!

tópico 1


INTRODUÇÃO 

Eu respeito muito a soteriologia da "Confissão de Fé de Westminster", a qual se faz documento de apoio da minha denominação, embora a maioria hoje faça dela uma bíblia e não aceite que seus "versículos" sejam questionados. Contudo, ABOMINO sua abordagem a respeito da Conduta Familiar e principalmente do Casamento. A permissão dada para divorciar-se e para recasar-se é uma BLASFÊMIA tão inescrupulosa que me leva a fazer a seguinte pergunta dentro de mim: Os autores das exposições soteriológicas da CFW são os mesmos que escreveram sobre Casamento, Divórcio e Recasamento? Pois eu não posso conceber que em uma área eles tenham sido tão majestosos exegeticamente, enquanto que na outra parte o temor a Deus tenha sido esquecido e o desvario tomado conta de suas almas. A segunda pergunta da minha pobre cabecinha é: Por que a CFW não pode ser retratada, quando na verdade deveria, segundo sua própria premissa no capítulo 1?

Até o século XVI nenhum reformador sensato defendeu essa loucura... e a Igreja Protestante CONDENAVA o divórcio e recasamento. Hoje, na igreja moderna, o divórcio chega a ser incentivado e o recasamento ainda mais. Só uma palavra pode descrever isso: APOSTASIA. 

De fato, este assunto se mostra delicado porque coloca a maioria dos homens, crente ou não, contra a parede de uma forma árdua. A questão que devíamos salientar com mais vigor é que a Psicologia da Auto-Ajuda passou a substituir a Palavra de Deus nos púlpitos. Por consequência disso, apesar de alguns mandamentos serem observados à risca, outros, porém, como a proibição do adultério, passam a ser considerados como NADA. Por esse motivo o CASAMENTO hoje é uma Instituição falida, tanto no mundo quanto na Igreja. NÃO VALE MAIS NADA ESSA INSTITUIÇÃO! Virou uma BAGUNÇA! Um verdadeiro show de depravações! 

Observem a Igreja Protestante de hoje e comparem-na com as primitivas! Peguem os sermões que antecederam o século XVI e pesem na BALANÇA DA HISTÓRIA ECLESIÁSTICA! Não há registros suficientes dos autores reformados que corroborem com o divórcio ou re-casamento. 

Aquela permissão de Moisés para o divórcio NUNCA fez parte da LEI MORAL de Deus. Deus nunca ordenou aquilo e nem mesmo Moisés instituiu uma nova lei quanto ao divórcio. Aquilo esteve em vigência apenas e tão somente no período da Lei Mosaica (Ainda trataremos do contexto de Deuteronômio, afim de explaná-lo) para fins de regulamentação do estado espiritualmente decaído em que se encontravam os hebreus. Quando Jesus Cristo chega, Ele, sendo o mesmo Deus que instituiu o Casamento antes da Lei de Moisés, acaba com a “festinha” dos fariseus e diz: "Não pode divorciar-se por motivo nenhum; Não pode recasar-se por causa alguma" (Mateus 19:4,5,6). PONTO. A Lei Moral do Senhor mantém o seu estado original, como o era na CRIAÇÃO, lá em Gênesis 2.

E este mesmo Deus acolhe com carinho os que foram repudiados no casamento. Ele os chama para o celibato, caso não haja mais reconciliação (I Coríntios 7:15). Porque, enquanto aquele que abandonou estiver vivo, o que foi abandonado não pode recasar-se, para que não seja adúltero como o primeiro (Romanos 7:1,2,3). 

Eu não me importo se alguém ficará chateado comigo. Não me interessa a sua auto-estima, ou se sua vida está indo bem, ou se sua conta bancária está no verde... NÃO me importa! Meu objetivo central não é promover mensagens de auto-ajuda, mas enaltecer e apregoar o Evangelho da Cruz. Portanto, o que as pessoas venham a pensar, sentir ou dizer não me importa. DEUS abomina (odeia) o divórcio.

A Palavra do DEUS VIVO é absolutamente clara: "Eu odeio o divórcio; eu odeio o homem que faz uma coisa tão cruel assim. Portanto, tenham cuidado, e que ninguém seja infiel à sua mulher" (MALAQUIAS 2:16).

Você serve ao Deus da Bíblia? Então saiba que Ele ODEIA O DIVÓRCIO. E Ele não muda. Esse Deus é imutável. Você quer divorciar? Quer recasar? Então faça-o sem perturbar as Escrituras para satisfação da sua mente carnal.

Malaquias lembra-nos aqui que a vontade de Deus, a respeito do casamento, sempre foi a mesma. Enquanto alguns podem procurar justificativas baseadas nos abusos que eram tolerados durante a era patriarcal, ou sob a Lei Mosaica, Jesus nos diz que a vontade MORAL de Deus sempre foi a mesma: "Não tendes lido que o Criador, desde o princípio os fez homem e mulher, e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? . . . Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem" (Mateus 19:4-6).

Hoje, o mundo está cheio de pessoas procurando justificar a própria crueldade do divórcio que Deus condenou peremptoriamente. Alguns argumentam que divórcio é melhor do que sofrer as dificuldades de um casa-mento problemático, mas Deus diz que odeia o divórcio. Muitos alegam que o divórcio é a melhor opção quando o sentimento de amor diminui, ou quando conflitos e diferenças aparecem, mas Deus diz que ele odeia o divórcio.

Então você me questiona: "Mas, JP Padilha, você diz isso porque não passou por isso"! Isto é lá argumento para o PECADO? Isso significaria que eu, por não ter tido outra mulher ou divorciado, não passo por provações em outras áreas da minha vida? Ora, eu poderia revindicar tal falsa-compaixão quando me fosse conveniente, não?


Consultemos, pois, nossa única regra de fé e conduta, à saber, as Escrituras:

Análise exegética de Mateus 19:3-11

I - A PERGUNTA DOS FARISEUS E A RESPOSTA DE JESUS

"Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher POR QUALQUER MOTIVO"?
Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, E SERÃO DOIS NUMA SÓ CARNE? Assim não são mais dois, mas UMA SÓ CARNE. PORTANTO, O QUE DEUS AJUNTOU NÃO O SEPARE O HOMEM.

1º Ponto -> Os fariseus fizeram uma pergunta na tentativa de incitar Cristo a BLASFEMAR contra a lei de Moisés. E a resposta de CRISTO foi enfática e direta quanto ao DIVÓRCIO ---> "É lícito ao homem repudiar sua mulher POR QUALQUER MOTIVO"? JESUS CRISTO RESPONDE ---> "NÃO"!



A RÉPLICA TENDENCIOSA DOS FARISEUS:


"Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?
Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; MAS AO PRINCÍPIO NÃO FOI ASSIM.

2º Ponto -> A pergunta que todos os defensores do RE-casamento amam fazer foi feita também pelos fariseus que mantinham a mesma justificativa - "POR QUE MOISÉS PERMITIU"? E a resposta de Cristo é mais uma vez enfática, e, desta vez, Ele nos traz de volta ao que DEUS instituiu desde o PRINCÍPIO, no Jardim do Éden, em Gênesis 2 - CASAMENTO É UM SÓ E O QUE DEUS AJUNTOU O HOMEM NÃO PODE SEPARAR.


CRISTO DESFAZ A PERMISSÃO DE MOISÉS PARA O DIVÓRCIO:

"EU VOS DIGO, PORÉM, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério".

3º Ponto -> Reparem que, depois de dizer que Moisés deu esta permissão temporária, mediante a DUREZA DOS CORAÇÕES DELES, Ele desfaz o ato de Moisés (assim como o fez com toda a Lei Cerimonial) e substitui com uma ORDEM -> "EU, PORÉM, VOS DIGO" - Ou seja, agora SOU EU, JESUS CRISTO, quem tô falando, e não Moisés.



A CLÁUSULA DE EXCEÇÃO

Em Mateus 19:9 fica patente que há uma cláusula de exceção para o repúdio. MAS, será que Jesus está contradizendo todo o restante das Escrituras, inclusive o próprio contexto da respectiva passagem, ao defender essa posição? Óbvio que não. O fato é que Ele não está abrindo exceção nenhuma para os casados. A cláusula de exceção é "Porneia" (grego - fornicação), concedida ao casal de noivos ou, no caso da nossa era, "casal de namorados". A fornicação é um ato que só pode ser praticado estando ainda sem se casar. O Espírito Santo teria se esquecido disso na hora de se revelar? Creio que não.

Concluindo, se ao invés disso a cláusula em Mateus 19:9 se referisse ao termo "Moicheia" (grego - Adultério), então Jesus estaria abrindo uma exceção para casados, pois o adultério sim é o ato pecaminoso que acontece em um casamento. Mas, NÃO. Ele é minucioso em sua ordem quando usa "Porneia" (fornicação) para referir-se à exceção, e usa o termo "Moicheia" (adultério) por duas vezes para falar exclusivamente sobre o pecado do divórcio e recasamento.  

Se observarmos alguns textos, veremos José tentando se apartar de Maria por desconfiar de sua FORNICAÇÃO. Eles ainda não estavam casados quando Maria se engravidou. Foi preciso um anjo dizer a José que ela não havia fornicado. Em outras partes podemos constatar os fariseus chamando Cristo de "filho de Porneia (fornicação)", porque pensavam que Maria era fornicadora. Eles não criam que Cristo havia sido concebido pelo Espírito Santo.

"Jesus, posso me divorciar por algum motivo"? NÃO.
"Jesus, posso me casar pela segunda vez"? NÃO.


REFORÇANDO:
- ADULTÉRIO no grego é "moichéia".
- FORNICAÇÃO no grego é "pornéia".

Se Cristo estivesse dando uma cláusula de exceção para homens e mulheres JÁ CASADOS, Ele jamais teria usado o termo "PORNÉIA", pois este ato só pode ser consumado FORA do casamento, por solteiros e noivos. Concluindo a exegese, não há espaço para dúvidas, ainda mais com a análise hermenêutica de TODO O TEXTO, e não somente do versículo 9, hereticamente distorcido por Confissões de Fé humanistas e homens corruptos de entendimento que desejam recasar milhares de vezes. Se o TEXTO de Mateus 19 for lido de maneira completa, não sobra justificativa satisfatória para o divórcio, nem para o re-casamento.

Lembre-se que Cristo aboliu as Ordenanças da Lei Cerimonial, cravando-as na cruz (Colossenses 2:14-17).


A CONCLUSÃO FRUSTRANTE DOS DISCÍPULOS ACERCA DA ORDEM DE NÃO DIVORCIAREM, NEM RECASAREM

"Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.
Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido".

-> A frustração dos discípulos em NÃO detectarem nenhuma brecha para o repúdio ou para novas núpcias é PEREMPTÓRIA para o desenlace do texto -> "Se assim é a condição para ser casado, então a gente não quer nem mexer com isso, Mestre"! Mas Cristo responde o que Paulo reforçaria em 1 Coríntios 7:20 sobre o mesmo tema -----> "NEM TODOS PODEM RECEBER ESTA PALAVRA, MAS SOMENTE AQUELES A QUEM FOI CONCEDIDO" - Ou, nas palavras reveladas a Paulo - "CADA UM FIQUE NA VOCAÇÃO EM QUE FOI CHAMADO".

(Mateus 19:3-11)


II - JESUS CRISTO DIZ QUE SÓ HÁ UM CASAMENTO, EXCETO EM CASO DE VIUVEZ:

"Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la. Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido, e vem cá.
A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido; Porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade". (João 4:15-18)

--> JESUS foi enfático e sarcástico com a mulher -> "Ainda bem que você disse que NÃO tem marido, porque tivestes CINCO, e neste caso, o que você tem agora não é teu marido.


III - O QUE O CÔNJUGE DEVE FAZER EM CASO DE ABANDONO:

1 - "Todavia, aos casados mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher NÃO se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher". (1 Coríntios 7:10,11)

- AOS CASADOS MANDO, NÃO EU, MAS O SENHOR!!!

Três opções:
- NÃO SE APARTE DO CÔNJUGE!!!
- SE APARTAR (caso de abandono), FIQUE SEM CASAR!!!
- OU, QUE SE RECONCILIE COM O MARIDO!!!

(PONTO)

Se houver traição dentro do matrimônio, o perdão e a oração a Deus para que o cônjuge seja transformado(a) em uma nova criatura, em Cristo, é a opção correta. Todavia, se não houver mais possibilidade de continuidade no matrimônio e o cônjuge quiser ir embora, Paulo diz: 

"Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos (irreconciliáveis), não fica sujeito à servidão nem o irmão (repudiado), nem a irmã (repudiada); Deus vos tem chamado à paz." (1 Co 7.15) [ênfase minha]

(PONTO)

2 - "A mulher casada está ligada pela LEI todo o tempo que o seu marido vive; mas, SE falecer o seu marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor". (1 Coríntios 7:39)

- SE FALECER O SEU MARIDO, FICA LIVRE PARA CASAR COM QUEM QUISER!!! (PONTO)

Eis aqui, em 1 Coríntios 7:39, a ÚNICA exceção que permite o RE-casamento -> A VIUVEZ. Estaria Paulo contrariando as Palavras de Cristo? Óbvio que Não. Então, qualquer que sejam as justificativas dos advogados do divórcio e re-casamento, nenhuma passagem da Escritura Sagrada pode ensinar o contrário do que está enfaticamente ordenado em 1 Coríntios 7:39, que de modo simples e sem a necessidade da aplicação de exegese completa todo o ensinamento evangelístico acerca do tópico ---> RE-CASAMENTO SOMENTE EM CASO DE ÓBITO, MORTE FÍSICA, TÚMULO.

3 - "Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?
Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido".
(Romanos 7:1-3)

-> ROMANOS 7:1-3 nem necessita de exegese. Todo bebê na fé entende o que aqui está escrito. É o XEQUE-MATE do tema "Casamento". Esta passagem conclui tudo que Cristo começou dizendo em Mateus 19.


IV - CONCLUSÃO HERMENÊUTICA:

Esta é a única exegese textual de Mateus 19:3-11 que se encaixa com os demais contextos sobre o assunto nas epístolas. Fora desta conclusão a BÍBLIA entraria em contradição consigo mesma, e passagens como 1 Coríntios 7:10,11 / 1 Coríntios 7:39 / 1 Co 7.15 / Romanos 7:1-3 perderiam todo o seu sentido.


V - O PERDÃO PARA OS ARREPENDIDOS – RETRATADOS

O PERDÃO está sempre disponível aos que se prostram diante de Deus. "Vá e não peques mais". Ponto.

PERGUNTA: “Ah, mas e se meu cônjuge não quiser reconciliar”? 

RESPOSTA: Quem está perdido é o que repudiou, não o repudiado. -> 1 Coríntios 7:10,11 / 1 Coríntios 7.15.

Se você foi REPUDIADO, ainda está bem posicionado e tem opção para você em 1 Coríntios 7:10,11. Quem foi abandonado (repudiado sem chance de reconciliação) deve ficar só, porque Deus o chamou para a paz. Quem está lascado é a que te abandonou, e não você. SAIBA DISSO.


VI - O CASAMENTO É O ESPELHO DA RELAÇÃO ENTRE CRISTO E A IGREJA

A analogia entre a relação de Cristo e a Igreja com o Casamento não foi feita em vão pelo apóstolo da graça. Quando a Bíblia diz que o Casamento é como Cristo e a Igreja, tudo fica mais claro no que tange ao que é correto ou não. Façamos a seguinte pergunta: Quantas vezes por dia a Igreja trai a Cristo? Se eu fosse contar, perderia as contas. Agora eu pergunto: Como Cristo reage à traição de Seu Corpo? PERDOANDO.

A Bíblia é clara ao dizer que, "ASSIM COMO A IGREJA ESTÁ SUJEITA A CRISTO... A MULHER DEVE ESTAR SUJEITA A SEU MARIDO"..." E ASSIM COMO CRISTO AMA A IGREJA, O MARIDO DEVE AMAR SUA MULHER"...

Como a Igreja se submete a Cristo? PEDINDO PERDÃO.
Como Cristo ama a Igreja? PERDOANDO.

O casamento é o teste mais escaldante para o desenvolvimento da santidade, no homem e na mulher. Ele é o crivo pelo qual se manifestam os filhos de Deus e os filhos do diabo, da forma mais nítida.

-> “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor;
Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos. Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja; Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos. Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois NUMA SÓ CARNE. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja. Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido”.
(Efésios 5:22-33)


VII - O SEGUNDO CASAMENTO NÃO É VÁLIDO PARA DEUS


A Psicologia da auto-ajuda tomou lugar da Palavra nos púlpitos. Hoje, quando um pastor moderno vai pregar, ele se preocupa com a auto-estima das ovelhas e não com suas almas. Troca-se o "Toma a Sua Cruz" pelo "Seja Feliz". Alguns líderes religiosos tem se afrouxado diante de homens e mulheres que já se divorciaram e casaram com outros. Quando deparados com a situação, omitem partes da verdade com o intuito de não ofender o pecador não-convertido. Então eu pergunto: Como continuar no "segundo casamento", se isso implica em "continuar no adultério"? A menos que esse seja um conselho de como caminhar para o inferno, não se pode afirmar outra coisa senão que se trata de heresia. 

Preste muita atenção ao que é dito em Rom. 7:2-3, pois aqui será provado que todo o “segundo casamento” é, na realidade, um contínuo adultério: 

“Porque a mulher que tem marido, está ligada pela lei ao marido dela enquanto ele estiver vivendo; mas se o marido morrer, ela está livre da lei do marido dela. De sorte que, enquanto estiver vivendo o marido dela, se ela se casar com outro homem, ela será chamada de adúltera; mas, se morto o marido dela, ela livre está daquela lei; de modo que ela não é adúltera, ainda que ela se case com outro homem” (Rom. 7:2-3)

Note aqui a seriedade da real situação: 

1 - Essa mulher casa novamente com outro homem, estando o seu marido ainda vivo; 

2 - Essa mulher que casa novamente (não interessa o motivo nem a "legitimidade" atribuída pelos homens) com outro homem, não se livrou do fato de que o seu legítimo marido (o primeiro) ainda é chamado de M-A-R-I-D-O. Não existe “ex-marido” na Bíblia. Isso foi inventado por pecadores para racionalizar o pecado do adultério. Somente esse argumento de que o legítimo marido ainda é chamado de M-A-R-I-D-O, apesar da mulher estar divorciada e casada com outro, derruba por terra toda a tentativa inútil de dizer que a nova união é reconhecida por Deus. A nova união não é reconhecida por Deus, sendo a essa mulher aplicado o título de adúltera! Ela tem dois maridos! Veja o verso! Se o divórcio é válido e anula o casamento, então esse versículo estaria totalmente errado na sua afirmação, pois ele contradiz claramente a tese do divórcio e novo casamento, gerando um total descrédito na Palavra de Deus e lançando a inerrância na lata do lixo! 

3 - Ela será chamada (Grego chrematizo = considere-se avisada por Deus) de adúltera. Isso significa que ela está num estado de adultério, não apenas num ato de adultério isolado como querem afirmar alguns. Ela será chamada de adúltera! Esse é o título dela. Note que a situação de adúltera é válida enquanto o marido verdadeiro estiver vivo. Isso é uma tragédia muito triste, mas é o retrato que a Palavra de Deus apresenta acerca desse pecado! 

4 - Note que a condição é "enquanto ele estiver vivendo" e não "enquanto ele for fiel" ou "até quando eles se divorciarem", como querem afirmar os defensores do divórcio por causa de infidelidade. 

● Infidelidade não quebra a união do casamento.
● Abandono não quebra a união do casamento.
● Divórcio não quebra a união do casamento.

Infidelidade, abandono e divórcio trazem maldição e profanação para o casamanto, mas não quebra a união do casamento. Os dois cônjuges continuam uma só carne até que a morte os separem. É impressionante a fala dobre de pessoas inconstantes (Pv. 17:20; Tg. 1:8). Muita gente fala uma coisa, mas no fundo de suas mentes pensam de outra maneira. Na hora de aplicar, não agem de acordo com o que falam nos votos.

O nome disso é hipocrisia. Não há uma só linha no Novo Testamento que dê base para quebra do pacto do casamento que não seja a morte. A única condição para o novo casamento é somente "se o marido morrer" e ponto final. É óbvio e cristalino.

Uma pergunta sempre surge: Qual o conselho que se deve dar para pessoas que se divorciaram e recasaram? Embora o pastor tenha o dever de guiar suas ovelhas no caminho da Sã Doutrina, ele não é responsável pelos atos pecaminosos de ninguém. A Bíblia não manda que um pastor examine a alguém; ao contrário, a Bíblia ordena que “O homem deve examinar a si mesmo” (I Coríntios 11:28). Isto é, o casal que se encontra no adultério do “segundo-casamento” deve examinar a si mesmo à luz das Escrituras para saber se estão em conformidade com a Palavra, e não jogar a responsabilidade no pastor. Como em qualquer pecado, quem criou essa confusão foi você e mais ninguém. “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Romanos 14:12).

Os princípios Bíblicos são esses aqui expostos, mas as pessoas é que devem decidir por si mesmas, à luz da Palavra, como prosseguir. Isso parece duro, mas o fato é que depois que as pessoas estragaram as suas vidas, existe essa vontade de criar uma válvula de escape, ou seja, elas acham que os outros é que devem resolver e decidir por elas.

Existe uma tendência em jogar o PROBLEMA nas costas do pastor. E depois, se os problemas aumentam -- e eles irão aumentar -- o pastor é o culpado. Nada disso!

Quem se meteu na confusão é que são os culpados. Eles que resolvam diante de Deus.


CONCLUSÃO

Cristo disse: "Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério". O mandamento de Cristo diz: "NÃO ADULTERARÁS"... Por que? Porque "OS ADÚLTEROS NÃO HERDARÃO O REINO DOS CÉUS" (1 Coríntios 6:10).

Quando um pecador chega até Cristo, o que Ele ordena? --> "VÁ E NÃO PEQUES MAIS" (João 8:11).

Ironicamente, e, para findar com "chave de ouro", o contexto de João 8:11 fala exatamente sobre uma mulher que ADULTEROU. E o que Jesus diz a ela? "Vá e não peques mais". Em momento algum Ele diz "permaneça no adultério", mas sim "Vá e não peques mais".

Jesus não estava interessado se aquela moça (certamente casada, pois praticou "moicheia" - adultério) já havia construído outra vida e com outra pessoa. Jesus não perguntou a ela o que lhe faria sentir bem consigo mesma, ou, ainda, se as circunstâncias da sua vida possuíam barreiras demais para se acertar com Deus. E são exatamente estas coisas que os pastores do século presente fazem, sem nenhum pudor -- "Ah... você já formou outra família? Bom, nesse caso concedemos uma exceção para você"!

Quem foi que inventou tal bestialidade? Quem lhe deu o direito ou autoridade de revirar os 66 livros da Escritura de cabeça para baixo, com a finalidade de "abrir uma exceçãozinha" para o irmão que está em pecado? Quem lhe ensinou a fugir da ira que está por vir? Você, como pastor de ovelhas, já leu o que está preparado para os que conduzem "os pequeninos de Cristo" ao tropeço? Ai de vocês, que se esforçam em manter as cadeiras ocupadas em suas sinagogas ao invés de ensinar o que Jesus mandou ensinar! Como escaparão da condenação do inferno?

Diante de toda a verdade aqui explanada hermeneuticamente, é inconcebível que um segundo casamento oficializado sem que seja em caso de viuvez esteja em conformidade com as Escrituras. Alguns pastores (inclusive calvinistas professos) tem incentivado o casal adúltero a manterem o relacionamento mesmo de fronte com o problema que hoje a Igreja se nega a retratar. Não podemos ser incrédulos nisso. O Espírito de Deus não usaria a distinção entre PORNEIA e MOICHEIA em vão. Essa distinção é tão enfática que até o dicionário Aurélio teve que respeitar isso.

O re-casamento fora do estado de viuvez não representa o Cristianismo Bíblico. Ou o cônjuge abandonado se reconcilia, caso seja possível, ou ele fica só para o resto da vida (ou até que seu marido ou esposa estejam em um túmulo). Nem todos suportam ouvir essa verdade, mas é isso que a Bíblia ensina. Quem recasa está declarando para todo o mundo que MENTIU ao fazer os votos dizendo “até que a morte nos separe”. Quem se divorcia e recasa está totalmente desmoralizado para com a próxima geração, destruindo a esperança de exemplo de santidade para com aqueles que nos seguem em meio a uma sociedade corrompida e perversa. Quem recasa destruiu, irremediavelmente, a figura indissolúvel do relacionamento entre Cristo e a igreja, comparados com o marido e com a esposa respectivamente ( Efésios 5:24-25 ).

O arrependimento leva à mudança de atitude, e, sabemos que Jesus Cristo mantém o primeiro casamento INTACTO.
Nem a exegese se faz necessária nesse ponto. A própria LÓGICA nos diz isso. Ou sai do adultério ou fica nele. As duas coisas ao mesmo tempo não existe. Os que aceitam que divórcio e re-casamento são de fato condenados pela Bíblia, mas negam que aqueles que se mantém no erro do “segundo-casamento” estão em constante ADULTÉRIO, estão a cometer um paradoxo sem precedentes. Isso é afrontar a inteligência humana.

{Autor JP Padinha}
{Sola Scriptura}
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 {Explicação Em Vídeo}
{Autor Pr Marcos Granconato}
{Introdução}
{DIVÓRCIO NÃO, RE-CASAMENTO NUNCA}

sábado, 10 de junho de 2017

A ANTIGA SERPENTE NOS DIAS ATUAIS

tópico 3
Tema: Divórcio e Segundo Casamento de Divorciados

Deus ordenou a Adão que “não comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal”, e reforçou: “Porque, no dia que dela comeres, certamente morrerás” (Genesis 2:17). Mas Satanás disse: “É certo que não morrereis” (Genesis 3:4).

Deus estabeleceu uma ordem clara ao homem, mas o homem desobedeceu, e nós já conhecemos as consequências. Deus não se fez de desentendido, não deixou de cumprir Sua Palavra e não teve o pecador por inocente. Deus não torna atrás em Sua Palavra (Isaías 45:23).

Apliquemos, agora, esta mensagem ao tema “Divórcio e Segundo Casamento de Divorciados”:

Deus disse: 

● "Eu odeio o divórcio; eu odeio o homem que faz uma coisa tão cruel assim” (Malaquias 2:16);
● “O que Deus uniu, não separe o homem” (Mateus 19:6);
● “Marido e esposa estão ligados pela lei até que a morte os separe” (Romanos 7:2-3);
● “A união matrimonial é indissolúvel, e uma nova união só é permitida em caso de viuvez” (1Coríntios 7:39); 
● “Não é permitida a separação. Se, porém, ocorrer uma separação forçada (caso de abandono, por exemplo), fique sem se casar ou se reconcilie com o seu cônjuge” (1Corintios 7:10-11);
● “Quem se casa de novo, estando o marido (ou esposa) vivo, está em contínuo adultério” (Mateus 19:3-6; 5:27-28; Romanos 7:2-3);
● “Os adúlteros não herdarão o reino dos céus” (Romanos 1:31-32; 1Coríntios 6:10; Gálatas 5:19-21; Efésios 5:3-5; Colossenses 3:5-6; 1Tessalonicenses 4:3-8; Hebreus 13:4; 2Pedro 2:14-17; Apocalipse 22:14-15).

A Palavra de Deus é clara como a neve! Nela não há sombra de variação ou brechas para a auto-justificação. Deus disse: “Divórcio NÃO; segundo casamento de divorciados NÃO!”

Satanás diz:

➤ “Ah, Deus não me quer sofrendo”;
➤ “Ah, Deus me fez para ser feliz”;
➤ “Ah, Deus não leva em conta o tempo da ignorância”;
➤ “Ah, Deus me perdoa sem que eu me converta; Ele não vai querer minha tristeza”;
➤ “Ah, larga ele(a) e casa de novo; Deus quer o seu bem”;
➤ “Ah, estou feliz no meu atual (segundo) casamento, Deus não é carrasco”;

Estas e outras infinidades de justificativas são usadas a fim de ignorar, distorcer ou blasfemar as ORDENS de Deus. Assim como Adão e Eva, os adúlteros continuam [igualmente] buscando a quem culpar por seus pecados: “A culpa é do meu marido”... “a culpa é da minha esposa”... “a culpa é do diabo” (Gênesis 3:12-13).

Mas, você se atentou para o que Deus fez com Adão e Eva? Acha mesmo que Ele não cumprirá Sua Palavra para conosco? Vai querer pagar pra ver? 

“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gálatas 6:7,8).

Deus não terá o culpado por inocente (Êxodo 34:7; Números 14:18; Naum 1:3). Ele irá despejar sua ira sobre os filhos da desobediência (Colossenses 3:6; Efésios 5:6). Não sou eu quem estou dizendo isso; é a Palavra; é o próprio DEUS!

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (Atos 3:19).

- Jaime Luiz 
(Adaptado e ampliado por JP Padilha)

(📖 Sola Scriptura 📖)
(🙏 Soli Deo Gloria 🙏)

sexta-feira, 2 de junho de 2017

SÉRIE: O PRINCÍPIO REGULADOR DO CULTO (PARTE 1)


Hoje há grande reivindicação da dança e de instrumentos musicais (Sl 149 e 150), aclamar e aplaudir com as mãos (Sl 47), o levantar as mãos (inúmeros textos) como expressões bíblicas de louvor que deveriam ser usadas hoje na igreja. Deixando de lado o fato inconteste, de que ninguém, mas ninguém mesmo, em toda a tradição cristã ortodoxa, apesar de todos seus erros, jamais advogou ou defendeu dança no culto, a não ser, em tempos recentes, devemos considerar a forma como os Salmos e outros textos tem sido usados parar fazer avançar a adoração com demonstrações físicas.

Primeiro, os Salmos, dos exemplos que conhecemos, descrevem emoções e ações pessoais, as quais, necessariamente, não devem ser entendidas como praticadas na adoração pública. Um claro exemplo é que mais de um terço dos Salmos podem ser classificados de cânticos de lamento e súplica. O salmista descreve a si próprio como gemendo, chorando, suspirando, em lágrimas, angustiado, confuso, em solidão, dormente, moído, ansioso, desconsolado, em desespero, doente, morto e trucidado (várias referências nos Salmos). Devemos então, porque lemos isso nos Salmos, pensar que estas emoções também deveriam ser expressas no nosso culto público? Deveria o adorador repetir as emoções ali descritas? A atitude mental? Ou a postura corporal? Uma seleção bem cuidadosa dos Salmos deve ser feita para deixar só aqueles que demonstram ocasiões de demonstrações físicas e audíveis. Além disso, é bom lembrar, nem sempre estamos preparados para adotar tal postura, para tal convite de adoração.

Em segundo lugar, os salmos lembram eventos da vida de Israel, nos quais o louvor foi expresso em formas não típicas da assembléia pública. Por exemplo, o Salmo 47, nos diz que no transporte da “arca da aliança” houve uma parada com celebração de uma vitória, com trombetas, aclamações e danças (2Sm 6:12-15). Davi mesmo, nos é dito, “dançou diante do Senhor com todas as forças”. Mas é coisa muito diferente dizer que esta mesma expressão de alegria seria empregada pela nação reunida ante os santos dos santos. Esta foi uma celebração pública, não um culto de adoração. Há de se fazer uma distinção dessas coisas. Além disso, a única referência bíblica que temos de dança envolvida ao culto está em 1Co 10:7, onde Paulo cita Êx 32:6 e o incidente do “bezerro de ouro”. (isto não seria para nossa instrução?)

“Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; porquanto está escrito: o povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se”.

O “divertir” que o texto se refere aqui (do grego paizin) é descrito em Êx 32:19:

“Logo que se aproximou do arraial, viu ele o bezerro e as danças (paizin); então, acendendo-se-lhe a ira, arrojou das mãos as tábuas e quebrou-as ao pé do monte”.

Aqui claramente há uma referência à dança litúrgica como forma de adoração, e Paulo, no entanto, se refere a essas pessoas que praticaram isso como sendo idólatras. Tal divertimento era adoração falsa.

Quanto aos textos dos Salmos 149 e 150, quem quer ver aqui uma justificativa para a dança (ou bandas no culto), tem de ler o texto até o final, e ver que no mesmo salmo é dito:

“Exultem de glória os santos, e no seu leito cantem júbilo, nos seus lábios estejam os altos louvores de Deus, nas suas mãos, espada de dois gumes”.

Desde que os Salmos nos direcionam a cantar com alegria em nossos leitos, deveríamos então trazer nossos colchonetes para o culto? E trazer também as nossas espadas e movê-las para o alto na hora da adoração? Fica claro que não. Os Salmos, portanto, não podem ser vistos como seleção de ações apropriadas ao culto público.

Em terceiro e finalmente, algumas práticas defendidas hoje baseiam-se não somente numa leitura seletiva, mas numa leitura equivocada dos seus significados nas Escrituras. Considere o levantar das mãos. Não é difícil determinar o significado desta prática na Escritura. Trata-se simplesmente de uma postura para oração. A famosa oração de Moisés durante a batalha de Israel nos dá um bom exemplo, mas há muitos outros (cf. Êx 17:9ss; Sl 28:1,2, 63:4, 72:2, 119:47, 134:2, 141:2, 143:4, etc). Então, se devemos levantar as mãos no culto, isto deveria ser feito simbolicamente, em nome da congregação pelo ministro, ou, por toda a congregação, durante a oração como uma postura de intercessão. Apesar disso, o assim chamado “movimento carismático” tomou posse desta postura de oração e transformou numa resposta pessoal para agitação emocional. Há até mesmo quem levante as mãos de outra pessoa. Creio que o maior problema quanto a isso é que as pessoas não se preocupam em investigar a Bíblia adequadamente; simplesmente escolhem um movimento que lhes agrada e seguem, fazem e ouvem o que querem, não o que devem. Por isso Paulo elogia as pessoas que, ao serem expostas ao evangelho, conferem nas Escrituras para verem se é verdade.

Todas essas mudanças na forma de adoração reformada no culto para se tornar o que é hoje, vista por muitos como uma séria degeneração, é ocasionada pelo fato de que a audiência objetivada é a congregação, e não os céus, não o Santo Deus. Ainda que tentem, não podem negar isso os que tais coisas praticam. A intenção é apresentar algo às pessoas que as anime, que as atraia para o culto, e não ao Senhor; isto é fruto do pragmatismo. Nem a adoração como instrumento de terapia e entretenimento ou a adoração fria e formal de algumas igrejas ortodoxas podem satisfazer a alma. -- A única adoração que pode satisfazer o homem e agradar a Deus é aquele na qual lemos, pregamos, oramos e cantamos a Bíblia --. Nela nós temos ordem sem sufocamento, liberdade sem caos, edificação sem entretenimento, reverência sem a rotina não-cognitiva. Tal adoração visa a Glória de Deus somente, e, portanto, busca estar de acordo com a Sua Palavra. Nos termos dos Reformados: Soli Deo Gloria, Sola Scriptura.

- Terry L. Johnson 
- Texto extraído e adaptado do livro “Adoração Reformada” 



sábado, 22 de abril de 2017

O OUTRO EVANGELHO


Por Arthur W. Pink

Satanás não é um iniciador; ele é um imitador. Deus tem um Filho unigênito, o Senhor Jesus Cristo; de modo similar, Satanás tem o “filho da perdição” (2 Ts 2.3). Existe uma Trindade Santa; de maneira semelhante, existe a Trindade do Mal (Ap 20.10). Lemos nas Escrituras a respeito dos “filhos de Deus”? Lemos também sobre os “filhos do maligno” (Mt 13.38). Deus realmente realiza em seus filhos tanto o querer como o executar a sua boa vontade? Somos informados que Satanás é o “espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Ef 2.2). Existe um “mistério da piedade” (1 Tm 3.16)? Também existe um “mistério da iniquidade” (2 Ts 2.7). A Bíblia nos diz que Deus, por meio de seus anjos, sela os seus servos em suas frontes (Ap 7.3)? Aprendemos igualmente que Satanás, por meio de seus agentes, coloca uma marca sobre as frontes de seus servidores (Ap 13.16). As Escrituras nos revelam que o “Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus” (1 Co 2.10)? De maneira semelhante, Satanás possui as suas “coisas profundas” (Ap 2.24). Cristo realiza milagres? Satanás também pode fazer isso (2 Ts 2.9). Cristo está assentado em seu trono? De modo semelhante, Satanás tem o seu trono (Ap 2.13). Cristo possui uma Igreja? Satanás tem a sua sinagoga (Ap 2.9). Cristo é a luz do mundo? De modo similar, o próprio Satanás “se transforma em anjo de luz” (2 Co 11.14). Cristo designou os seus apóstolos? Satanás também possui os seus apóstolos (2 Co 11.13). Tudo isso nos leva a considerar o “Evangelho de Satanás”.
Satanás é um arqui-imitador. Ele está agora em atividade no mesmo campo em que o Senhor Jesus semeou a boa semente. O diabo está procurando impedir o crescimento do trigo, utilizando-se de outra planta, o joio, que em aparência se assemelha muito ao trigo. Em resumo, por meio de um processo de imitação, Satanás está almejando neutralizar a obra de Cristo. Portanto, assim como Cristo tem um evangelho, Satanás também possui um evangelho, que é uma imitação sagaz do evangelho de Cristo. O evangelho de Satanás se parece tanto com aquele que procura imitar, que multidões de pessoas não salvas são enganadas por este evangelho.
O apóstolo Paulo se referiu a este evangelho, quando disse: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl 1.6,7). Este falso evangelho estava sendo proclamado mesmo nos dias do apóstolo, e uma terrível maldição foi lançada sobre aqueles que o pregavam. O apóstolo continuou: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (v. 8). Com a ajuda de Deus, nos esforçaremos para explicar, ou melhor, para desmascarar este falso evangelho.
O evangelho de Satanás não é um sistema de princípios revolucionários, nem ainda é um programa de anarquia. Ele não promove a luta e a guerra, mas objetiva a paz e a unidade. Ele não busca colocar a mãe contra sua filha, nem o pai contra seu filho, mas busca nutrir o espírito de fraternidade, por meio do qual a raça humana deve ser considerada como uma grande “irmandade”. Ele não procura deprimir o homem natural, mas aperfeiçoá-lo e erguê-lo. Ele advoga a educação e a cultura e apela para “o melhor que está em nosso interior” – Ele objetiva fazer deste mundo uma habitação tão confortável e apropriada, que a ausência de Cristo não seria sentida, e Deus não seria necessário. Ele se esforça para deixar o homem tão ocupado com este mundo, que não tem tempo ou disposição para pensar no mundo que está por vir. Ele propaga os princípios do auto-sacrifício, da caridade, e da boa-vontade, e nos ensina a viver para o bem dos outros, e a sermos gentis para com todos. Ele tem um forte apelo para a mente carnal, e é popular com as massas, porque deixa de lado o fato gravíssimo de que, por natureza, o homem é uma criatura caída, apartada da vida com Deus, e morta em ofensas e pecados, e que sua única esperança reside em nascer novamente.
Contradizendo o Evangelho de Cristo, o evangelho de Satanás ensina a salvação pelas obras. Ele inculca a justificação diante de Deus em termos de méritos humanos. Sua frase sacramental é “Seja bom e faça o bem”; mas ele deixa de reconhecer que lá na carne não reside nenhuma boa coisa. Ele anuncia a salvação pelo caráter, o que inverte a ordem da Palavra de Deus – o caráter como fruto da salvação. São muitas as suas várias ramificações e organizações: Temperança, Movimentos de Restauração, Ligas Socialistas Cristãs, Sociedades de Cultura Ética, Congresso da Paz, estão todos empenhados (talvez inconscientemente) em proclamar o evangelho de Satanás – a salvação pelas obras. O cartão da seguridade social substitui Cristo; pureza social substitui regeneração individual, e, política e filosofia substituem doutrina e santidade. A melhoria do velho homem é considerada mais prática que a criação de um novo homem em Cristo Jesus; enquanto a paz universal é buscada sem que haja a intervenção e o retorno do Príncipe da Paz.
Os apóstolos de Satanás não são taberneiros e traficantes de escravas brancas, mas são em sua maioria ministros do evangelho ordenados. Milhares dos que ocupam nossos modernos púlpitos não estão mais engajados em apresentar os fundamentos da Fé Cristã, mas têm se desviado da Verdade e têm dado ouvidos às fábulas. Ao invés de magnificar a enormidade do pecado e estabelecer suas eternas conseqüências, o minimizam ao declarar que o pecado é meramente ignorância ou ausência do bem. Ao invés de alertar seus ouvintes para “escaparem da ira futura”, fazem de Deus um mentiroso ao declarar que Ele é por demais amoroso e misericordioso para enviar quaisquer de Suas próprias criaturas ao tormento eterno. Ao invés de declarar que “sem derramamento de sangue não há remissão”, eles meramente apresentam Cristo como o grande Exemplo e exortam seus ouvintes a “seguir os Seus passos”. Deles é preciso que seja dito: “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus” (Romanos 10:3). A mensagem deles pode soar muito plausível e seu objetivo parecer muito louvável, mas, ainda sobre eles nós lemos: – “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras” (II Coríntios 11:13-15).
Somando-se ao fato de que hoje centenas de igrejas estão sem um líder que fielmente declare todo o conselho de Deus e apresente Seu meio de salvação, também temos que encarar o fato de que a maioria das pessoas nestas igrejas está muito distante de conseguir descobrir a verdade por si mesma. O culto doméstico, onde uma porção da Palavra de Deus era costumeiramente lida diariamente, é agora, mesmo nos lares de Cristãos professos, basicamente uma coisa do passado. A Bíblia não é exposta no púlpito e não é lida no banco da igreja. As demandas desta era agitada são tão numerosas, que multidões têm pouco tempo, e ainda menos disposição, para fazer uma preparação para o encontro com Deus. Por essa razão, a maioria, aqueles que são negligentes o bastante para não pesquisarem por si mesmos, são deixados à mercê dos homens a quem pagam para pesquisar por eles; muitos dos quais traem a verdade deles, por estudar e expor problemas sociais e econômicos ao invés dos Oráculos de Deus.
Em Provérbios 14:12 lemos: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”. Este “caminho” que termina em “morte” é a Ilusão do Diabo – o evangelho de Satanás – um caminho de salvação através da realização humana. É um caminho que “parece direito”, o qual, é preciso que se diga, é apresentado de um modo tão plausível que ganha a simpatia do homem natural; é pregado de forma tão habilidosa e atrativa, que se torna recomendável à inteligência dos seus ouvintes. Por incorporar a si mesmo terminologia religiosa, algumas vezes apela para a Bíblia como seu suporte (sempre que isto se ajusta aos seus propósitos), mantém diante dos homens ideais elevados, e é proclamado por pessoas que têm graduação em nossas instituições teológicas, e incontáveis multidões são atraídas e enganadas por ele.
O sucesso de um falsificador de moedas depende em grande medida de quão proximamente a falsificação lembra o artigo genuíno. A heresia não é uma total negação da verdade, mas sim, uma deturpação dela. Por isto é que uma meia verdade é sempre mais perigosa que uma completa mentira. É por isso que quando o Pai da Mentira assume o púlpito, não é seu costume claramente negar as verdades fundamentais do Cristianismo, antes ele tacitamente as reconhece, e então procede de modo a lhes dar uma interpretação errônea e uma falsa aplicação. Por exemplo, ele não seria tão tolo de orgulhosamente anunciar sua descrença em um Deus pessoal; ele dá a Sua existência como certa, e então apresenta uma falsa descrição da Sua natureza. Ele anuncia que Deus é o Pai espiritual de todos os homens, que as Escrituras claramente nos dizem que nós somos: “filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gálatas 3:26), e que “a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (João 1:12). E mais adiante, ele declara que Deus é por demais misericordioso para em algum momento enviar qualquer membro da raça humana no Inferno, mesmo havendo o próprio Deus dito que: “aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Apocalipse 20:15).
Novamente, Satanás não seria tão tolo, a ponto de ignorar a figura central da história humana – o Senhor Jesus Cristo; ao contrário, seu evangelho O reconhece como sendo o melhor homem que já viveu. A atenção é então levada para os Seus feitos de compaixão e para as Suas obras de misericórdia, para a beleza de Seu caráter e a sublimidade de Seu ensino. Sua vida é elogiada, mas Sua morte vicária é ignorada, a importantíssima obra reconciliadora da cruz não é mencionada, enquanto Sua triunfante e corpórea ressurreição dos mortos é considerada como uma crendice de uma época de muita superstição. É um evangelho sem sangue, e apresenta um Cristo sem cruz, que é recebido não como Deus manifesto em carne, mas meramente como o Homem Ideal.
Em 2 Coríntios 4.3-4, temos uma passagem bíblica que oferece muito esclarecimento sobre o nosso tema. Esta passagem nos diz: “Se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está en- coberto, nos quais o deus deste século [Satanás] cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”. Satanás cega a mente dos incrédulos por ocultar-lhes a luz do evangelho de Cristo e por substituí-lo pelo seu próprio evangelho. Ele é apropriadamente chamado de “diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo” (Ap 12.9). Apenas em apelar ao “melhor que existe no homem” e em exortá-lo a “seguir uma vida nobre”, Satanás fornece uma plataforma geral sobre a qual as pessoas de diferentes tons de opinião podem se unir e proclamar esta mensagem comum.
Citamos, novamente, Provérbios 14.12: “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte”. Alguém já disse, com considerável verdade, que o caminho para o inferno está pavimentado com boas intenções. Haverá muitos no lago de fogo que recomendaram suas próprias vidas com boas intenções, resoluções honestas e ideais elevados — aqueles que eram justos em seus relacionamentos, corretos em suas transações e caridosos em todos os seus procedimentos; homens que se orgulhavam de sua integridade, mas que procuravam justificar-se a si mesmos diante de Deus, por meio de sua justiça própria; homens de boa moralidade, misericordiosos, magnânimos, mas que nunca se viram como pecadores culpados, perdidos, merecedores do inferno e necessitados de um Salvador. Este é o caminho que “parece direito”; é o caminho que a si mesmo se recomenda à mente carnal e a multidões de pessoas iludidas em nossos dias. O engano do diabo afirma que podemos ser salvos por meio de nossas próprias obras e justificados por meio de nossos atos; enquanto Deus nos declara em sua Palavra: “Pela graça sois salvos, mediante a fé... não de obras, para que ninguém se glorie”; e: “Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou”.
Há alguns anos, conheci um homem que era um pregador leigo e obreiro cristão entusiasta. Durante sete anos, ele estivera engajado na pregação pública e em atividades religiosas. No entanto, por meio das expressões que ele utilizava, eu mesmo duvidei se ele era “nascido de novo”. Quando comecei a questioná-lo, descobri que ele tinha um conhecimento muito imperfeito das Escrituras e apenas uma vaga noção sobre a obra de Cristo em favor dos pecadores. Por algum tempo, procurei apresentar-lhe o caminho da salvação, de uma maneira simples e impessoal, e encorajá-lo a estudar a Palavra de Deus, na esperança de que, se meu amigo ainda não era salvo, Deus se agradaria em revelar-lhe o Salvador que ele necessitava.
Uma noite, para nossa alegria, aquele que estivera pregando o evangelho por vários anos, confessou que havia encontrado a Cristo somente na noite anterior. Ele reconheceu (usando as suas próprias palavras) que estivera apresentando “o Cristo ideal”, e não o Cristo da cruz. Creio que existem milhares de pessoas semelhantes a este pregador, pessoas que, talvez, foram trazidas à Escola Dominical, aprenderam sobre o nascimento, a vida e os ensinos de Jesus Cristo; pessoas que crêem na historicidade da pessoa de Cristo; pessoas que esporadicamente se esforçam para obedecer os preceitos de Jesus e pensam que isso é tudo que é necessário para a sua salvação. Com freqüência, esse tipo de pessoa, quando atinge a maturidade e sai para o mundo, depara-se com os ataques de ateístas e infiéis, dizendo-lhes que Jesus de Nazaré nunca viveu neste mundo. Mas as impressões dos primeiros contatos com o evangelho não podem ser facilmente apagadas e tais pessoas permanecem firmes na confissão de que crêem em Jesus. Apesar disso, quando a sua fé é examinada, com muita freqüência descobre-se que, embora acreditem em muitas coisas sobre Jesus, tais pessoas realmente não crêem nEle. Em sua mente, elas acreditam que Ele realmente viveu neste mundo (e, por crerem nisso, imaginam que são salvas), mas nunca abaixaram as armas de sua guerra contra Jesus, sujeitando-se a Ele, nem creram nEle verdadeiramente, com todo o seu coração.
A simples aceitação de uma doutrina ortodoxa sobre a pessoa de Cristo, sem o coração haver sido conquistado por Ele e sem a vida Lhe ser consagrada, é outra fase do “caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte”; em outras palavras, é outro aspecto do evangelho de Satanás.
E, agora, qual é a sua situação? Você está no caminho que “parece direito”, mas termina na morte, ou no caminho estreito que conduz à vida? Você abandonou verdadeiramente o caminho largo que conduz à perdição? O amor de Cristo criou em seu coração um ódio e horror por tudo aquilo que é desagradável a Deus? Você tem desejo de que Ele reine sobre você (Lc 19.14)? Você está descansando plenamente na justiça de Cristo e no sangue dEle para a sua aceitação diante de Deus?
Aqueles que estão confiando em formas exteriores de piedade, como o batismo ou a “confirmação”; aqueles que são religiosos porque isto é considerado uma característica de respeitabilidade; aqueles que freqüentam alguma igreja, porque fazê-lo está na moda; e aqueles que se unem a alguma denominação porque supõem que esse passo os capacitará a se tornarem cristãos — todos esses estão no caminho que “ao cabo dá em morte” — morte espiritual e eterna. Não importa quão puros sejam os nossos motivos; quão bem intencionados, os nossos propósitos; quão nobres, as nossas intenções; quão sinceros, os nossos esforços, Deus não nos reconhece como seus filhos enquanto não recebemos o seu Filho.
Uma forma ainda mais ilusória do evangelho de Satanás consiste em levar os pregadores a apresentarem o sacrifício expiatório de Cristo e, em seguida, dizerem aos seus ouvintes que a única exigência de Deus para eles é que creiam no seu Filho. Por meio disso, milhões de almas que não se arrependem são iludidas, pensando que foram salvas. Mas o Senhor Jesus disse: “Se.... não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Lc 13.3). Arrepender-se significa odiar o pecado, sentir tristeza por causa do pecado e converter-se dele. É o resultado da obra do Espírito Santo em tornar o coração contrito diante de Deus. Ninguém, exceto a pessoa de coração quebrantado, pode crer de maneira salvífica no Senhor Jesus Cristo.
Afirmamos, mais uma vez, que milhares estão iludidos, ao supor que “aceitaram a Cristo” como seu “Salvador pessoal”, quando na realidade ainda não O receberam como seu SENHOR. O Filho de Deus não veio ao mundo para salvar seu povo nos pecados deles, e sim para salvá-los “dos pecados deles” (Mt 1.21). Ser salvo dos pecados significa ser salvo do ignorar e do rejeitar a autoridade de Deus; significa abandonar o curso de vida caracterizado pelo egoísmo e pela satisfação pessoal; ou, em outras palavras, abandonar nosso próprio caminho (Is 55.7). Ser salvo significa sujeitar-se à autoridade de Deus, render-se ao domínio dEle, oferecer-nos a nós mesmos para sermos governados por Ele. Aquele que nunca tomou sobre si o jugo de Cristo; aquele que não está verdadeira e diligentemente procurando agradar a Cristo, em todos os aspectos da sua vida, e continua supondo que está confiando na obra consumada de Cristo, esse está iludido por Satanás.
Em Mateus 7, há duas passagens que nos mostram os resultados aproximados entre o evangelho de Cristo e a falsificação de Satanás. Primeira, nos versículos 13 e 14: “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela”. Segunda, nos versículos 22 e 23: “Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade”.
Sim, querido leitor, é possível trabalhar em nome de Cristo (até pregar em seu nome) e, embora o mundo e a igreja nos conheçam, não sermos conhecidos pelo Senhor! Quão necessário é que descubramos em que situação realmente estamos; que examinemos a nós mesmos, a fim de sabermos se estamos na fé; que nos julguemos pela Palavra de Deus e verifiquemos se estamos sendo enganados pelo nosso sutil inimigo; que descubramos se estamos edificando nossa casa sobre a areia ou se ela está construída sobre a Rocha, que é Jesus Cristo! Que o Espírito de Deus examine nosso coração, quebrante nossa vontade, destrua nossa inimizade contra Deus, produza em nós um profundo e verdadeiro arrependimento e faça os nossos olhos se fixarem no Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
- Arthur Walkington Pink 
Artigo: O Outro Evangelho

sábado, 15 de abril de 2017

Seguindo o exemplo dos Bereianos



Atos 17: 10-12 - “E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus. Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim. De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos homens.”


Tenho testemunhado, de diversas maneiras, que onde falta o conhecimento Verdadeiramente Bíblico, a igreja se torna, ao mesmo tempo, vítima e algoz de suas próprias emoções. Não baseiam sua fé naquilo que é o caráter de Deus, mas em emoções, manipulações e mercadejar de almas.

O resultado disso é pessoas sendo entusiasmadas, com manifestações que levam o nome de Deus, sem que Deus esteja agindo de fato. Pessoas se escandalizam. Adolescentes são negativamente influenciados. Mulheres e homens divagam na histeria coletiva.

Já vi assassinos em série nascerem dessa combinação: emoção, volume alto, manipulação psicológica. Isso é pernicioso e doentio. Leva as pessoas ao recrudescimento e não ao crescimento espiritual.

Sou à favor que se questione, que se pesquise, que se indague NA BÍBLIA, como os bereanos de Paulo fizeram depois de ouvir sua pregação. Paulo pregava, e depois, cada um ia conferir nas escrituras, se o que Paulo dizia era verdade ou filosofia humanista.

Por que será que a igreja deixou de ser bereana e abraça tudo sem parar, nem que seja por dois minutos, para pensar? Por que nos tornamos presas de lobos devoradores que tentam nos induzir a erro e engano?

Deus só tem compromisso com a Verdade que Ele estabeleceu. Não serão os sinais que determinarão se uma coisa é verdadeira. Até porque, também o diabo, sabe realizar sinais e prodígios e se possível fosse enganaria até os escolhidos.

“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.” Mateus 24:24

A igreja, para ser madura e saudável em sua vida cristã piedosa tem que se basear na Bíblia e não no desejo por fogos de artifício e som alto. Cuidado quando surgir alguém querendo ver aquilo que Deus não mostrou, ou revelar aquilo que Deus não falou. O diabo só está à espreita, procurando alguém mais descuidado para devorar.

Seja bereano em sua vida cristã devocional. Vá ler em sua Bíblia o que está escrito de Deus e de suas promessas pois estas sim são verdadeiras e dignas de toda aceitação.

Autora: Ana Elisa Dantas de Souza Pires
Fonte: [ Amigos do Puritanismo ]
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O EXEMPLO DOS BEREANOS
Este vídeo é um apelo para a igreja evangélica brasileira deixar de seguir palavras de homens e se voltar exclusivamente para as Escrituras. Que o exemplo dos Bereanos esteja presente em nossa geração. Que Deus tenha misericórdia de nós!

(Autor Pablo Henrique)
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quarta-feira, 12 de abril de 2017

UNS PARA A SALVAÇÃO E OUTROS PARA A PERDIÇÃO


“VASOS DE HONRA” E “VASOS DE DESONRA” (Supralapsarianismo) 

--> "Porque se introduziram alguns, que já ANTES ESTAVAM ESCRITOS PARA ESTE MESMO JUÍZO, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo". (Judas 1:4)

--> "Estes são manchas em vossas festas de amor, banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas;
Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações; estrelas errantes, PARA OS QUAIS ESTÁ ETERNAMENTE RESERVADA A NEGRURA DAS TREVAS". (Judas 1:12,13)

--> “O Senhor fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal”. (Provérbios 16:4)

--> "Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,
O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, AINDA ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós"; (1 Pedro 1:19,20)

--> "E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do CORDEIRO QUE FORA MORTO ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO". (Apocalipse 13:8)

O Cordeiro fora imolado antes da fundação do mundo, certo? Por que razão DEUS decretaria a Salvação senão porque ANTES Ele havia decretado a QUEDA? O que motivou Deus a SACRIFICAR O CORDEIRO ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO (Apocalipse 13:8)??? ATOA???

Era necessário que existisse um "PROBLEMA" a ser resolvido, para que, então, a SOLUÇÃO fosse decretada.


QUE PROBLEMA ERA ESTE?
A Salvação é um processo eterno e não transitório. É uma sequência de fatos que ocorrem eternamente, sem ter começo ou fim. Isto sempre esteve na mente de DEUS (Romanos 8:30). Portanto, havia um problema - A QUEDA DO HOMEM - para que Deus exercesse sua solução salvífica para seus eleitos. 

ANALISANDO ROMANOS 9 – PREDESTINAÇÃO DUPLA

"Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por Aquele que chama),
Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor.
Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.
Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Me compadecerei de quem Eu quiser me compadecer, e terei misericórdia de quem Eu quiser ter misericórdia.
Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.
Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer. Dir-me-ás então: 'Por que se queixa Ele (Deus) ainda? Porquanto, quem tem resistido à Sua vontade'? Mas, quem és tu, ó homem, para discutires com Deus? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?
E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios"?
(Romanos 9:11-24)

Se você crê que Romanos 9 está tratando sobre a eleição para salvação, não há resquício de sanidade em negar o Supralapsarianismo (visão soteriológica que confirma o fato de que Deus antes CONDENOU A RAÇA HUMANA e, posteriormente a isso, providenciou A SALVAÇÃO DOS ESCOLHIDOS). Aqui diz que Deus amou Jacó e odiou Esaú, SEM considerar ou prever obra alguma nos dois. Não apenas em Jacó, mas em Esaú também. Ou seja, tanto a eleição quanto a reprovação são incondicionais; e Paulo ainda ratifica que é Deus quem forma dois tipos de vasos através do barro. Ou seja, isso mostra que Deus ativamente SALVA OS ELEITOS E CONDENA OS RÉPROBOS.


SE A SALVAÇÃO É INCONDICIONAL, A REPROVAÇÃO TAMBÉM É

Vemos que o “vaso de honra” sempre foi salvo, e, de modo decretivo, ele nunca esteve PERDIDO. Costumamos dizer: "Uma vez salvo, sempre salvo", não? Então, por que causa isto mudaria com relação aos réprobos, considerando que a mesma passagem de Romanos 9 descreve o “vaso de desonra” como preparado para a perdição? Ou seja, uma vez PERDIDO, sempre perdido!!!

Definitivamente, Deus não contemplou o homem caído para depois ordenar sua perdição (visão defendida pela seita arminiana), assim como DEUS não olhou para a santidade do homem para salvá-lo. Se Ele operou a santidade nos Seus antes mesmo de O conhecerem, Ele, igualmente, conduziu o restante à PERDIÇÃO, deixando-os cair no pecado, não dando a eles o arrependimento que provém do Espírito; e, do mesmo modo Ele o fez com Esaú, que com lágrimas buscou lugar de arrependimento e não encontrou (Hebreus 12:17). Não há sentido em aceitar que Deus JAMAIS tenha olhado para as obras do eleito para salvá-lo, para depois dizer, paradoxalmente, que o Senhor teve de contemplar o estado decaído do homem para, só depois, predestiná-lo à perdição. Se Ele não olhou para o coração do homem para salvá-lo, porém tão somente para o beneplácito de Sua vontade, Ele também o fez para preordenar a ruína dos réprobos, sem olhar para as falhas dos mesmos.

A respeito do tema, Vincent Cheung faz uma declaração cirúrgica sobre isso: 'A queixa de que no Supralapsarianismo Deus decreta a identidade dos réprobos sem considerar a pecaminosidade deles, é inválida. Já foi estabelecido (acima) que a reprovação é incondicional, assim como a eleição dos santos, de forma que esta queixa não apresenta nenhum problema'. 

♠ JP Padilha
#SolaScriptura